23 de outubro de 2012


A PALAVRA ESCRITA 

        Meu contato com a leitura, a palavra escrita, foi desde sempre. Meus pais não tinham o antigo ginasial quando eu era criança, mas gostavam de ler.
Lembro – me da revista Seleções e dos livros de bolso de faroeste, do meu pai. E dos livros de educação infantil, de enfermagem, da Bíblia, da minha mãe. Antes de ser alfabetizada já ganhava livros da minha mãe.
Aliás, foi minha mãe quem me apresentou a palavra escrita nos livros de histórias que ela lia toda noite, mesmo depois da chegada da TV em casa.
Ela nunca tentou me alfabetizar, só fez acender e manter a chama acesa.
Aos 11 anos fui acometida por uma biblioteconite, tudo por causa da Editora Ática que levava seus folders nas escolas e, foi num desses que li uma resenha do romance O Guarani, de José de Alencar, me interessei, não dava para comprar, então fui ver se tinha na biblioteca da escola, nunca mais parei. Passava minhas horas livres ou na biblioteca da escola, ou na biblioteca municipal. Me encantei pela narrativa descritiva das paisagens nos romances de José de Alencar e me apaixonei pelo Peri, que durou até conhecer Edmund Dantè, O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas, pai. Li quase tudo que esses dois escreveram. Mais tarde, lá pelos 15 ou 16 anos, descobri a Raquel de Queiroz, com O quinze e o Victor Hugo com Os Miseráveis. 
Mais recentemente, viajei para o mundo fantástico de J.R.R. Tolkien em O senhor dos anéis, descobri o assassino antes da polícia em O código da Vinci, de Dan Brown, fiquei sem folego com o Ensaio sobre a cegueira, do Saramago. 
Sempre falo aos pais dos meus alunos que a leitura deve começar em casa. Para não deixarem o cansaço ou as preocupações tirarem esses momentos mágicos da convivência com seus filhos.
Agradeço a minha mãe nunca ter faltado aos nossos encontros com a Girafa Gigi, Dumbo, o elefante voador...

Ana Cristina Oliveira Lima
Professora de Arte na Rede Pública do Estado de São Paulo
na cidade de Suzano



                    

Um comentário:

  1. Oi Ana,

    A produção desses textos sobre nosso início leitor foi uma viagem fantástica. Não é mesmo?
    Nos permitiu revisitar momentos guardados lá no cantinho da memória onde só estão as coisas do coração.

    Linda sua história!

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